Reflito sobre a lição que ouvi de quem eu considero um dos grandes pensadores contemporâneos – erudito, estudioso e divulgador da Doutrina Espírita – professor Humberto Vasconcelos, em uma de suas esclarecedoras palestras, na “Fraternidade Espírita Peixotinho”, Recife-PE, quando afirmou: “…. Ser espírita é saber-se Espírito! ….”
E pensando nessa extraordinária asserção não poderia deixar de meditar sobre a importância de buscarmos o entendimento de seu real significado, para vivenciarmos o verdadeiro cristianismo, como tão bem ensinou e exemplificou o Divino Mestre Jesus… Ao menos, nos limites de nossa compreensão ainda incompleta ante as verdades eternas e o nosso insipiente estado evolutivo moral-espiritual…
Uma vez que, sabendo-nos Espíritos nossos pensamentos e atitudes, coerentemente, hão de convergir sempre a uma conduta condizente com tal conhecimento, ou seja: cônscios de que somos espíritos eternos, em harmonia e interação com tudo e todos, voltados ao bem comum em todos os aspectos, em obediência às Leis Divinas. E, por ser esta a razão de estarmos aqui reencarnados, buscando o nosso aperfeiçoamento moral-espiritual a que estamos destinados, pela infinita bondade e misericórdia divina.
Bem como acredito que a ideia tal como afirmada, deva ser considerada essencial na busca do conhecer-se a si mesmo, preconizada pela filosofia socrática, que considero indispensável para consecução do próprio equilíbrio, de que tanto necessitamos para a paz e harmonia interior e a convivência na mesma sintonia, consubstanciando o amor em sua essência e, naturalmente, a concórdia em geral.
E assim conscientemente, não mais as ideias e atitudes egoísticas, próprias de quem desconhece a nossa realidade espiritual, voltado apenas para a vida material-existencial e que assim pensando e interagindo tantos males provoca, posto que nesta jornada terrestre somos seres sociais, de que já falei em outro texto (vide “COMO SABEMOS, SOMOS SERES SOCIAIS …”); interagentes e interdependentes, como finalidade precípua de aqui estarmos em mais uma experiência reencarnatória para nosso aprimoramento.
E, embora a denotação da afirmativa – em sendo espírita; creio que possa e deva ser entendida por todos, no contexto da pretensa lição como bem entendida, independente de conotações religiosas ou filosóficas, porquanto, como penso e sempre afirmo, a realidade espiritual é clara e incontestável se bem estudada e devidamente compreendida e, por isso, urge ser racionalmente assimilada e aplicada em nossa vivência, para um mundo melhor. E, tenho certeza de que assim será, uma vez que a evolução moral-espiritual se processa inexoravelmente, independente da incompreensão humana por nossa visão ainda limitada e voltada às preocupações imediatistas, próprias da atual condição de imperfeição espiritual, em geral.
Julgo oportuno inserir neste contexto a lição de Emmanuel, quando disse: “… Instruamo-nos, pois, para conhecer. Eduquemo-nos para discernir. Cultura intelectual e aprimoramento moral são imperativos da vida, possibilitando-nos a manifestação do amor, no império da sublimação que nos aproxima de Deus. …” (Fonte Viva, L. 91). Como também: “… Deus está em nós, quanto estamos em Deus. Mas, para que a luz divina se destaque da treva humana, é necessário que os processos educativos da vida nos trabalhem no empedrado caminho dos milênios.” (Ibidem, L. 30).
Destarte, acredito que o desconhecimento dessa realidade contribui sobremaneira para tantos dissabores que observamos e vivenciamos, fazendo com que a nossa sociedade ainda conviva em desarmonia e sofrimentos, e, para as transformações indispensáveis, ensejando uma convivência em paz e harmonia: a necessidade dos imperativos educacionais da vida, do esforço na busca do conhecer-se a si mesmo, sobretudo sabendo-se Espírito.
Devaldo Teixeira de Araújo.
[Autorizada a divulgação, desde que respeitadas a integridade e autoria do texto]
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